Anúncio do 20º aniversário do The Forests Dialogue
Muitos de nós começamos este ano com os olhos brilhantes, dando as boas-vindas a uma nova década de restauração e celebração, mas enfrentamos imensos desafios ao longo de 2020. Embora muitos de nossos planos de ação e engajamento direto tenham sido abandonados ou se tornado virtuais, isso foi também foi um momento de reflexão. Com esse espírito, o The Forests Dialogue (TFD) dá as boas-vindas a você para comemorar seu 20º aniversário, refletir sobre o que foi realizado e imaginar o papel do diálogo para as pessoas e as florestas no futuro. No dia 1º de dezembro, o TFD fará o lançamento de seu livro “If Trees Could Talk: 20 anos de The Forests Dialogue” em uma celebração de aniversário virtual internacional das 10h00 às 12h00 (horário de Brasília). Além deste livro que captura a jornada do TFD, a organização irá lançar o “The Forests Dialogue Guide” e o “Land Use Dialogue Guide”, que respectivamente descrevem a metodologia de diálogo com múltiplas partes interessadas do TFD e como aplicar uma abordagem de paisagem. Estes dois guias serão lançados também em português com apoio da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
Ao longo de sua história de 20 anos, o The Forests Dialogue desempenhou um papel único na agenda florestal global, desenvolvendo 80 diálogos sobre questões centrais para o destino das florestas do mundo e as pessoas que delas dependem, com mais de 3.600 participantes e visitas de campo em 31 países. Em 2000, a organização nasceu de uma pequena reunião de indivíduos de empresas privadas, proprietários florestais e ambientalistas que se reuniram para ver se conversando e ouvindo uns aos outros poderiam descobrir um terreno comum e encontrar maneiras de colaborar construtivamente. Na época, o setor florestal estava repleto de desconfiança mútua e confronto alimentado por debates contenciosos sobre a certificação florestal internacional. Mais algumas reuniões se seguiram a esse encontro inicial, na Suíça, Suécia e Reino Unido, e nasceu o The Forests Dialogue. Realizar discussões com várias partes interessadas para construir confiança e encontrar um terreno comum era uma ideia completamente nova na época e agora se tornou uma norma em todo o mundo.
Em “If Tress Could Talk”, temos uma compreensão íntima da evolução do TFD desde o seu início até a organização enxuta, mas sempre abrangente de hoje, sediada na Escola de Florestas da Universidade de Yale (YSE). O livro leva o público à uma viagem no tempo e apresenta muitos dos(das) principais participantes, incluindo membros do Conselho Diretor, participantes do diálogo e equipe do TFD. De fato, até hoje, o TFD é liderado por duas pessoas, uma do setor privado e outra da sociedade civil, como co-presidentes do Conselho Diretor. A primeira dupla de co-diretores, Scott Wallinger, da MeadWestvaco, e Nigel Sizer, do World Resources Institute, começou a identificar pessoas de organizações importantes que estariam dispostas a falar e ouvir, incluindo proprietários florestais, que normalmente eram citados em vez de participar em reuniões do setor florestal. Esse valor de “falar com” continuou. Sarah Price, ex-YSE e membro do Conselho Diretor do TFD, reflete sobre um momento importante de ouvir e encontrar pontos em comum:
Em um momento das negociações [sobre a extração ilegal de madeira], estávamos meio que em um impasse. Então, foi proposto a dois dos oponentes mais proeminentes: por que vocês não vão e sentam juntos para ver o que pode ser feito? Lembro-me de testemunhar essa discussão em uma pequena mesa com apenas duas ou três pessoas discutindo o que não concordamos aqui, qual é o problema, apenas tentando desvendar algumas camadas.
Acreditando na abordagem humanizadora do diálogo, Gus Speth, que atuou como Reitor da Escola de Florestas e Estudos Ambientais de Yale, trabalhou com Wallinger e Sizer para trazer o TFD para Yale. Desde então, o TFD é dirigido pelo diretor executivo Gary Dunning. Sizer reflete sobre essa relação recíproca: “A marca Yale é extremamente importante e útil. É um bom ambiente imparcial e dá ao TFD mais resiliência. Alojá-lo dentro de outra organização seria potencialmente mais partidário, enquanto tê-lo lá fora por conta própria poderia não ter funcionado”.
If Trees Could Talk se move pela estrutura e abordagem do TFD, a partir de sua metodologia de três partes “Envolva-se! Explore! Mude!” para a diversificação interna de vozes e um enfoque ampliado da importância econômica e ecológica das florestas para a integração de valores sociais e culturais. No livro também pode ser encontrada a história de como o TFD inspirou a criação do Diálogo Florestal no Brasil, que este ano comemora seus 15 anos, e como o Brasil tem ajudado a construir o TFD ao longo do tempo. O TFD – incluindo os atuais co-líderes Ivone Namikawa da Klabin no Brasil e Milagre Nuvunga da Fundação MICAIA em Moçambique, o diretor executivo Gary Dunning, o Conselho Diretor e estudantes associados – dão as boas-vindas ao setor florestal para comemorar este progresso feito nas últimas duas décadas.
Inscreva-se para a celebração do 20º aniversário aqui e siga o TFD no Instagram e Twitter. O evento será realizado em inglês.
Para mais informações sobre o “The Forest Dialogue Guide” e o “Land Use Dialogue Guide” e como foram criados, acesse esta página.
Fonte: The Forests Dialogue.
Tradução e adaptação: Fernanda Rodrigues.
Foto de capa: visita de campo do TFD em Sumatra, Indonésia.