Árvores geneticamente modificadas são tema de debate no Fórum Florestal do sul e extremo sul da Bahia
Com o objetivo de trazer mais informações sobre os organismos geneticamente modificados – OGM, mais especificamente sobre eucalipto transgênico, foi realizado durante a 54ª reunião do Fórum Florestal do sul e extremo sul da Bahia o segundo debate sobre árvores geneticamente modificadas. O evento foi realizado no campus Sosígenes Costa (Porto Seguro) da Universidade Federal do Sul da Bahia – UFSB, no dia 06 de agosto, com a presença de cerca de 150 pessoas.
O debate contou com apresentações dos professores Giancarlo Pasquali (UFRGS), Paulo Kageyama (ESALQ/USP) e Daniel Piotto (UFSB) e do pesquisador Othon Abrahão (Futura Gene). Teve ainda como debatedores os professores Paulo Andrade (UFPE) e Robinson Pitelli (UNESP), além de Fernanda Rodrigues (FSC), Ivone Namikawa (Conselho Forest Dialogue), Juliana Viana (FIBRIA) e Juliana Griese (Fórum Florestal São Paulo).
Mesa do evento. Foto: Marcos Danieli.
O professor Giancarlo Pasquali abordou a legislação brasileira referente à biossegurança de organismos geneticamente modificados e o funcionamento da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, os métodos de transformação genética de plantas, as etapas para a obtenção da licença comercial de espécies arbóreas transgênicas.
Em sua exposição, o professor Paulo Kageyama falou em relação a riscos e impactos sobre a saúde humana e animal, sobre a hidrologia e produção de água das microbacias, o impacto social sobre a produção de mel e a insuficiência de estudos para a liberação comercial do eucalipto geneticamente modificado.
O pesquisador Othon Abrahão citou as perspectivas e os benefícios do setor de florestas plantadas e os benefícios do eucalipto transgênico. Mencionou os estudos de risco conduzidos para avaliar a biossegurança do primeiro eucalipto GM da FuturaGene e análises feitas com mel e pólen de abelhas. Por sua vez, o professor Daniel Piotto focou sua apresentação na diversidade e produtividade, apontando alternativas de sustentabilidade dos sistemas de produção em tempos de mudanças climáticas.
Para o secretário executivo do Fórum Florestal do sul e extremo sul da Bahia, Oscar Artaza, o debate cumpriu sua finalidade ao trazer novas visões que possibilitam que cada um forme sua própria opinião sobre o tema, que é novo e polêmico, de forma mais qualificada. “O Fórum Florestal continua sendo uma escola que estamos construindo, levando temas polêmicos para a sociedade conhecer e opinar. Tivemos um debate de nível, com especialistas do mais alto gabarito. Foi ótimo”, concluiu.
A primeira discussão sobre o tema no âmbito do Fórum Florestal Bahia aconteceu em agosto de 2014, em Teixeira de Freitas, com a realização de uma mesa redonda durante a 50ª reunião ordinária do colegiado.