Diversificação de espécies florestais madeireiras e oportunidades de mercado são tema de seminário do Fórum Florestal da Amazônia
O evento foi realizado de forma online no dia 3 de setembro.
O Seminário sobre Diversificação de Espécies Florestais Madeireiras e Oportunidade de Mercado, promovido pelo Grupo de Trabalho Mercado, do Fórum Florestal da Amazônia, ocorreu no dia 03 de setembro de 2025. Realizado online com a presença de 44 participantes, contou com a presença de membros do Fórum Florestal da Amazônia e pessoas convidadas, representantes de organizações da sociedade civil organizada, governo, setor produtivo e instituições de ensino e pesquisa. O evento promoveu diálogos e esforços para contribuir com o fortalecimento do manejo florestal sustentável e legalidade na região Amazônica.
O evento foi dividido em três blocos. O primeiro foi destinado a falas de contextualizações; o segundo à integração dos participantes, com comentários e perguntas, e a parte final foi de trabalho em grupos para a proposição de um quadro de soluções.
A abertura foi conduzida por Karoline Ruiz Ferreira, secretária executiva do Fórum Florestal da Amazônia, e por Adriana Nozela, da Antares Consultoria representando o Conselho de Coordenação. Em seguida, foram realizadas falas sobre a evolução e tendência do Mercado Global da Madeira-Jeanicolau Lacerda da Precious Woods; sobre os principais desafios enfrentados na oferta e promoção de espécies florestais menos conhecidas e oportunidades de mercados, com Marco Lentini, secretário executivo do Instituto Floresta Tropical Johan Zweede (IFT), e Silvio Brienza, pesquisador da Embrapa Florestas, e Jéssica Dalmaso da Confloresta/Vedac. Por fim, o encerramento ficou a cargo de Tayane Carvalho, do Imaflora e Coordenadora do GT Mercado.
As projeções globais indicam uma tendência no aumento de consumo de madeira, principalmente para a construção civil. Segundo os painelistas, para fortalecer a diversificação de espécies, é preciso aprimorar o manejo florestal, ampliar as pesquisas sobre as características das espécies e esforços para as especificações (NBRs, por exemplo), bem como atrair investimentos e políticas de incentivo. Também foi abordada a necessidade de mostrar de onde a madeira vem para a sociedade e principais consumidores.
Com os trabalhos em grupos, realizados ao final, foi possível identificar as seguintes soluções e estratégias:
1) Aprimoramento na capacitação em conhecimentos sobre madeira dentro das Universidades e no meio profissional, por meio de treinamentos regulares com os conhecimentos populares das pessoas que estão na “ponta” da cadeia;
2) Conscientizar que usar mais espécies é melhor para a floresta, como prática sustentável;
3) Assistência Técnica e Extensão Florestal e Educação florestal, por meio do manejo florestal adequado a partir de informações de pesquisas, considerando uma linguagem acessível para quem está na base da cadeia florestal;
4) Agregação de valor a essas espécies menos utilizadas: infraestrutura adequada para comercializar produtos que não sejam apenas tora;
5) Programas de compras públicas de madeira de espécies menos conhecidas, por exemplo, para produção de móveis escolares, habitação social;
6) Promoção da produção e comércio, por meio do incentivo fiscal, com crédito compatível.
Sobre o Fórum Florestal da Amazônia
O Fórum Florestal da Amazônia foi criado em 2021 e atua como uma plataforma neutra, de engajamento do setor florestal na Amazônia brasileira. Entre as principais iniciativas realizadas estão a edição do Diálogo do Uso do Solo (LUD) na Área de Endemismo Belém, seminários estaduais sobre regularização fundiária e debates sobre legalidade e mercados de produtos florestais madeireiros e não-madeireiros.
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Autoria: Cândida Schaedler
Revisão: Fernanda Rodrigues e Vitor Lauro Zanelatto
Foto: Área experimental da Embrapa Amazônia Oriental (Belterra, PA). Crédito: Vitor Lauro Zanelatto