APA Botucatu discute plantio de árvores transgênicas
No último dia 8 de agosto representantes das empresas florestais participantes do Diálogo Florestal, Fibria e Suzano e a empresa FuturaGene participaram da reunião ordinária do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Botucatu (APA Botucatu), para apresentar os trabalhos que vem sendo feitos para o desenvolvimento e liberação comercial de árvores transgênicas. Representantes da WWF-Brasil e Florestar, membros do Fórum Florestal de São Paulo (FF-SP), também participaram do evento além das ONGs atuantes na região da APA e membros do Conselho Gestor.
O assunto, árvores transgênicas, entrou em pauta no FF-SP em seu encontro realizado nos dias 19 e 20 de maio de 2014, motivado pelos últimos acontecimentos que envolveram o Plano de Manejo da APA Botucatu. Apesar de aprovado pelo CONSEMA-SP em fevereiro de 2014, foram excluídos por proposta da FIESP os itens do plano que tratavam da proibição do uso de transgênicos e restrição ao uso de agrotóxicos no território da referida Unidade de Conservação. Os itens não foram excluídos definitivamente, uma vez que o encaminhamento do CONSEMA foi criar um Grupo de Trabalho para discutir os dois temas no contexto da APA e fazer uma proposta que os inclua novamente no Plano de Manejo.
Além disso, o assunto também é pauta em âmbito nacional pelo Diálogo Florestal e em breve poderá entrar na pauta do FSC internacional, uma vez que as empresas já pleiteiam a liberação do plantio comercial das árvores transgênicas e o FSC não permite este procedimento, ou seja, não são certificadas empresas que plantam transgênicos comercialmente.
Durante a reunião que aconteceu dia oito, os representantes das empresas, ONGs e universidade, ficaram mais de 2 horas dialogando, fazendo perguntas, expondo pontos de vistas e recebendo informações. Os representantes das ONGs se preocupam com os impactos sociais e ambientais do eucalipto transgênicos e não estão convencidas de que os estudos são suficientes para garantir que os impactos não irão acontecer. As ONGs ainda defendem que os organismos transgênicos sejam proibidos dentro dos limites da APA Botucatu, com base no princípio da precaução, criando assim uma área controle, livre de transgênico. As empresas Fibria, Suzano e FuturaGene, estão abertas ao diálogo, mostram os investimentos que estão sendo feitos em pesquisa e declaram que qualquer evidencia de impacto negativo, as árvores transgênicas não serão utilizadas comercialmente.
O momento é de manter vivo o diálogo sobre o tema. A próxima oportunidade será a consulta pública do CTNBIO sobre o processo de liberação comercial da árvore transgênica desenvolvida pela empresa FuturaGene, a ser realizada em Brasília no dia 04 de setembro de 2014. Para participar deve-se fazer a inscrição pelo site da CTNBio.