Diálogo Florestal lamenta falecimento de Luiz Paulo Pinto

mar 15, 2022 | Notícias

Com tristeza, lamentamos o falecimento de uma das pessoas que fundou o Diálogo Florestal no Brasil. Luiz Paulo Pinto partiu no domingo, 13 de março, após lutar bravamente contra um tumor no cérebro ao longo dos últimos dois anos.

Luiz Paulo era biólogo, mestre em ecologia, conservação e manejo de vida silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais, com mais de 25 anos de experiência em trabalhos com organizações não governamentais do setor ambiental e na formação de parcerias multissetoriais para a conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável. Foi diretor da Conservação Internacional Brasil por 18 anos. 

LP, como era chamado carinhosamente pelas pessoas mais próximas, contribuiu para a história da proteção e restauração da Mata Atlântica. Participou de forma ativa da criação de algumas unidades de conservação importantes da Mata Atlântica, como o Parque Nacional da Serra das Lontras e o Parque Estadual da Serra do Conduru, sul da Bahia; o Parque Estadual do Alto Cariri, Minas Gerais; o Parque Estadual dos Três Picos, Rio de Janeiro, além de dezenas de RPPNs. Era atualmente membro do conselho consultivo da Amda e parte do Fórum Florestal Mineiro.

Nossos sentimentos a familiares, amigos e amigas. 

A seguir, leia depoimentos recebidos em homenagem ao Luiz Paulo:

Luiz Paulo é desses seres humanos que vem ao mundo mostrar que a nossa espécie ainda tem salvação. Sempre focado na conservação da biodiversidade, foi muito além dessa missão, conectando pessoas e florestas de maneira nobre e elegante. Dono de uma fala mansa e de um sorriso iluminado, deixa um legado imensurável na área ambiental e no coração daqueles que tiveram o prazer de conviver e trabalhar com ele. É meu mentor e fonte de inspiração diária, tenho gratidão por todo o aprendizado compartilhado por ele. Suas sementes já estão frutificando, siga em paz meu amigo…”, Maria Otávia Crepaldi.

“Muito triste essa notícia. LP tem uma história linda de dedicação à conservação e restauração da natureza, sempre construindo parcerias e amig@s. Tem um grande legado. Fará uma falta enorme”, Miriam Prochnow.

Temos certeza que quem viveu como Luiz Paulo Pinto segue em paz. Desejamos que a grande experiência com conservação e generosidade em compartilhá-la sirvam de inspiração nas ações de proteção ambiental”, Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

“Neste momento, faltam palavras que traduzam a magnitude da perda deste fantástico profissional que nos deixou muito, mas muito cedo. Gentileza, cordialidade, inclusão e, acima de tudo, a ética em suas atitudes pessoais que somadas à inspiração, ao incentivo e ao apoio irrestritos às causas ambientais pela qual lutamos, tornará o legado de Luiz Paulo sempre atual, presente, ativo e pulsante em nossas mentes, corações e lutas. Meus sentimentos aos familiares, companheira e filhos. Enorme privilégio ter aprendido tanto com nosso já saudoso LP”, Mauricio Talebi.

“LP era um grande analista e estrategista da causa ambiental. LP não fugia de conflitos, mas buscava sempre o diálogo com base em conhecimento técnico, que tinha de sobra. Sua participação no conselho da Amda ficará para sempre em nossa história”, Dalce Ricas, superintendente executiva da Amda.

“Conheci o LP nos anos de criação do Diálogo Florestal – DF e depois com maior frequência nas reuniões dos Fóruns Florestais e reuniões técnicas com a CI. Ali eu tinha a melhor referência em biologia da conservação e gerenciamento de paisagem. Aliás foi com ele que aprendi a ter o olhar cuidadoso e sistêmico para a produção e conservação. Uma pessoa para se admirar, com sua fala mansa, profundo conhecimento e respeito a diversidade que permeava nossos encontros. Sentirei muita falta. Obrigado LP”, João Augusti.

“Estratégico, articulador, conciliador. Esses são alguns dos atributos mais lembrados por quem teve a oportunidade de interagir com o LP. Para mim, que tive o privilégio de trabalhar com ele durante quase três décadas, inclusive como meu chefe imediato durante alguns anos, ressalto também sua generosidade, sua serenidade, sua visão aguçada e seu inabalável bom-humor, que o acompanhou até seus últimos dias, mesmo diante dos desafios e limitações. Agora é zelar pelo seu legado, que já é indelével e será perene”, Beto Mesquita.

“Eu ainda me lembro quando conheci o Luiz Paulo há 20 anos atrás para conversar sobre uma parceira CI-TNC no Sul da Bahia. Já na primeira reunião com ele eu me convenci que faríamos muitas coisas juntos. E fizemos. Sempre foi fácil discutir, negociar e decidir com o LP. Sempre visionário, coerente, humilde, bondoso conciliador, flexível, amigo e engraçado. Ele sempre tinha algo engraçado para falar no final, mesmo que no meio de uma crise. Ele me fez entender o valor da biodiversidade e da Mata Atlântica. Ele me fez ver que valia a pena trabalhar para a conservação e restauração da Mata Atlântica. E trabalhar pelo bem das pessoas e parceiros. Dei muita risada com ele e tive o privilégio de participar em muitos projetos e iniciativas com ele. Creio que muitas dessas iniciativas e projetos estão aí com a marca do seu legado. Talvez uma das maiores virtudes do LP foi de ter feito e influenciado muitas coisas importantes, sem querer mostrar a sua participação e liderança. Sempre atento as oportunidades e pronto para buscar uma forma de ajudar. Sentirei muitas saudades do meu amigo, parceiro, colega, irmão e profissional. Mas sei que Deus está feliz de ter o LP ao SEU lado. Fique bem, meu amigo”, Miguel Calmon.

“O Luiz Paulo sempre foi uma grande referência técnica e pessoal para quem convivia com ele. Era de uma serenidade incrível! Suas atuações convergiam para a busca do equilíbrio nos momentos difíceis. Ele fará muita falta”, Jacinto Moreira de Lana.

Muito obrigado pelo legado, será para sempre nossa gênese e inspiração.

 

Foto reprodução LinkedIn e fotos arquivo Diálogo Florestal
Autor: Diálogo Florestal