Ajudar a quebrar o mito de que os plantios florestais homogêneos são incompatíveis com a preservação ambiental e, ao mesmo tempo, divulgar as iniciativas das empresas, instituições e ONGs ambientalistas que compõem o Diálogo Florestal. Este é o objetivo do projeto de comunicação que o Fórum Florestal Mineiro está iniciando esta semana. A intenção, segundo a superintendente-executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, é sedimentar a ideia de que os plantios podem ser aliados da preservação ambiental.

Para isso, é importante que preencham alguns requisitos. É fundamental que sejam realizados sob princípios ambientalmente corretos, como os da consorciação e da criação de corredores ecológicos, para a manutenção da fauna local, e sejam acompanhados, por parte das empresas, da manutenção dos investimentos em projetos para o aumento de produtividade de seus plantios.

Da parte do poder público, é fundamental, segundo a Amda, que não haja mais nenhuma autorização de supressão de vegetação nativa para plantio de florestas, que deveriam ocupar apenas áreas já desmatadas. Se essas premissas forem seguidas, as florestas plantadas seriam cada vez mais aliadas da preservação ambiental e geradoras de emprego e renda no meio rural.

Nesse sentido, o trabalho de comunicação pode, no entender da superintendente-executiva da Amda, ser fundamental para a difusão das boas práticas do setor. Para ela, o mito de que as florestas plantadas são, por princípio, inimigas da preservação ambiental é resultado de uma comunicação deficiente que não acompanhou as mudanças ocorridas ao longo das últimas décadas e que colocam a situação atual muito distante das primeiras práticas do setor, quando extensas áreas de vegetação nativa foram derrubadas para o plantio de eucalipto, especialmente na região norte de Minas e com a adoção de práticas análogas ao trabalho escravo.

“O papel da comunicação é ser informativo e educativo ao mesmo tempo, pois à medida que traz informações novas, a comunicação pode desfazer mitos, como o de que plantar eucalipto só traz malefícios”, afirma a superintendente-executiva da Amda. Ela chama a atenção, nesse sentido, para uma comparação que ilustra a cristalização desse preconceito: quando alguém passa ao lado de uma pastagem que possivelmente ocupa o lugar de uma floresta, ninguém reclama. Mas, se esse terreno é ocupado por uma floresta plantada, o preconceito aflora imediatamente. Desfazer esse preconceito é, segundo ela, um dos objetivos do trabalho de comunicação, que, além do site do Diálogo Florestal, ocupará também as redes sociais Facebook e Instagram com publicações diárias.

Autor: Marcelo Freitas.