Mulheres do Diálogo Florestal: conheça as lideranças femininas que lutam por paisagens sustentáveis no Brasil

mar 8, 2024 | Notícias

 

As mulheres têm um papel fundamental na construção de diálogos e soluções relacionadas ao uso e conservação de paisagens sustentáveis. No Diálogo Florestal, do total de membros as mulheres representam cerca de 45%, sendo 50% no Conselho de Coordenação e 70% no Comitê Executivo, onde estão as lideranças dos sete Fóruns Regionais. 

 

Apesar do setor florestal ser ocupado em sua maioria por homens, o protagonismo das mulheres tem avançado, como mostra a publicação lançada esta semana pela Rede Mulher Florestal, o Panorama de Gênero 2023. Segundo a coordenadora executiva nacional do Diálogo Florestal, Fernanda Rodrigues, 

“é preciso avançar mais rápido para a equidade de gênero, que certamente vai tornar mais sustentável o uso e a conservação de paisagens”.

 

 

Confira a visão das mulheres do Diálogo Florestal na busca de soluções relacionadas ao uso e conservação de paisagens sustentáveis: 

 

Lideranças femininas do Conselho de Coordenação Nacional 

Maurem K. L. Alves (Klabin): “O uso sustentável das paisagens só será possível se todos que nela vivem puderem expressar visões e influir na construção de acordos e mudanças positivas. Mulheres, sendo mais da metade da população brasileira, são parte imprescindível da solução.”

Virgínia L. de Camargos (Veracel): “A essência e a sabedoria da mulher são pontos fortes na construção e manutenção de diálogos para o uso e a conservação de paisagens sustentáveis!”

Ana Paula Pulito (CMPC): “Nós mulheres temos empatia, compaixão e uma consciência de sustentabilidade apurada o que torna a nossa participação em diálogos e soluções relacionados ao uso de paisagens sustentáveis cada vez mais necessária. Gradativamente, vejo mais mulheres liderando ações de impacto locais e globais e isso me motiva cada dia mais a dialogar por uma maior integração e sustentabilidade das paisagens onde atuamos.”

Larissa Horst (Cenibra): “A presença significativa de mulheres nesse espaço, onde o diálogo é a principal premissa para buscar soluções relacionadas ao uso e conservação de paisagens sustentáveis, não apenas enriquece a diversidade de perspectivas, mas também contribui com abordagens abrangentes, eficazes e justas para construção de um futuro resiliente.”

Roberta Del Giudice (Amigos da Terra Amazônia brasileira): “Pensar em floresta e mulheres me faz lembrar que o desmatamento criminoso está diretamente relacionado à violência no campo, no qual as maiores vítimas são mulheres e crianças. Daí, dialogar sobre florestas, seja conservação ou uso, sem envolver as maiores vítimas do principal problema florestal enfrentado atualmente é um diálogo de resultados limitados.”

Karoline Marques (Conservação Internacional – CI): “As mulheres trazem evolutivamente a essência do cuidar, que perpassa pela capacidade de uma escuta ativa, empática e genuína e por uma visão holística da situação a ser tratada. Essa é uma característica de extrema importância no diálogo, pois permite obter informações diversas e divergentes, ponderá-las e analisar quais as melhores soluções a partir delas, considerando todas as partes envolvidas, prezando pela manutenção da relação harmoniosa entre elas e com o meio ambiente.”

Ellen Cavalheri (Imaflora): “O crescimento da participação das mulheres em todas esferas sociais traz uma maior diversidade de perspectivas enriquecendo assim o diálogo na busca de melhores soluções.”

Maria Otávia (Ipê): “Paisagem, construção e solução são substantivos femininos e cabe a nós, mulheres, participar ativamente das decisões de uso e conservação das paisagens sustentáveis. Seremos sempre semeadoras!”

Simone Tenório (Ipê): “É importante a presença das mulheres por terem perspectivas únicas para a mesa de discussão com as experiências e  valores que podem enriquecer o diálogo com soluções mais abrangentes e eficazes, pensando no futuro, considerando o presente e valorizando o passado, trazendo o envolvimento de todos em um movimento intergeracional para a implementação de ações considerando a transmissão dos conhecimentos tradicionais e as novas tecnologias”.

 

Lideranças femininas do Comitê Executivo

Mônica Fragoso (FF Paulista): “Ser protagonista. Esse é um dos inúmeros papéis importantes que a mulher desempenha na implantação de um meio favorável para  o surgimento de diálogos consistentes e sustentáveis. Através da sua sabedoria, tenacidade e prontidão, ela abre caminhos para conservação e restauração da paisagem de forma fluida e consistente.” (Fórum Florestal Paulista)

Mariana Ferreira (FF Paulista):  “É inerente do feminino o cuidar, por esse motivo acreditamos que o olhar da mulher, na construção do diálogo e de soluções para a conservação da casa comum, não é só importante como necessário, pois ele será agregador, cuidadoso e acolhedor.” 

Érica Murano (FF da Bahia): “As mulheres são importantes na construção do diálogo e de soluções para paisagens sustentáveis, pois em muitas comunidades, elas são as guardiãs do conhecimento local e tradicional sobre as práticas agrícolas sustentáveis, o uso de plantas medicinais, a conservação das florestas e a gestão de recursos naturais.”

Renata Garrett Padilha (FF Paraná e Santa Catarina):  “Aqui no Diálogo Florestal somos todos iguais e trabalhamos juntos, buscando o diálogo para os problemas e conflitos relacionados ao uso e conservação de paisagens sustentáveis. Eu me sinto reconhecida pelo meu trabalho e por todo o meu esforço para uma sociedade mais humana, igualitária e justa!”

Elizabete Lino (FF Mineiro): “Inspirar, incentivar e se entregar ao diálogo são competências que as mulheres exercem muito bem, e fazem toda diferença na busca de soluções para a conservação de paisagens sustentáveis.”

Dalce Ricas (FF Mineiro): “Acredito que as mulheres são mais sensíveis à temática ambiental, pelo fato de se preocuparem mais com o presente e o futuro de seus filhos e netos, e à medida que  quebram o mito da superioridade masculina, crescerá ainda mais seu protagonismo nas mudanças sócio/ambientais.”

 

Parafraseando a filósofa ecofeminista indiana, Vandana Shiva, “com uma mão temos que fechar a porta de destruição e, com a outra, temos que plantar as sementes do futuro”. 

 

As mulheres são nossas guias neste caminho!

Texto: Fernanda Dorta/Eccoa Comunicação

Edição: Fernanda Rodrigues