Segunda etapa da iniciativa Diálogo do Uso do Solo foi realizada em Minas Gerais

mar 26, 2025 | Fórum Florestal Mineiro, LUD, Notícias

A segunda etapa da iniciativa Diálogo do Uso do Solo (LUD, na sigla em inglês) foi realizada em Minas Gerais entre os dias 12 e 14 de fevereiro deste ano. Promovido pelo Fórum Florestal Mineiro e pelo Diálogo Florestal, com apoio do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) – local que sediou a edição do evento -, o Diálogo de Campo contou com a participação de representantes do setor produtivo, organizações da sociedade civil, órgãos governamentais, membros da comunidade e instituições de ensino e pesquisa.

Durante os três dias, foram realizados trabalhos em grupo, debates em plenária e visitas de campo. O evento teve como objetivos promover a aprendizagem vivencial através da realização de diálogos de campo, trazendo os aspectos relacionados aos desafios e oportunidades vislumbradas na etapa anterior (Diálogo de Escopo), e conversar com as partes interessadas da paisagem para ganhar entendimento das vivências associadas ao foco do diálogo. Nos diálogos de campo, os participantes puderam ouvir diferentes perspectivas das partes interessadas na região e compartilhar suas opiniões sobre os temas discutidos.

Como parte do evento, foi realizada uma visita às artesãs do Rio Doce no distrito de Baixa Verde, região mais ao sul do entorno do PERD. Ali, foram abordados temas como a participação das comunidades do entorno junto ao PERD, a importância da continuidade e ampliação da educação ambiental nas escolas, a necessidade da valorização do PERD pela população do entorno e seu potencial turístico que pode ajudar a alavancar pequenos negócios.

A segunda visita proporcionou uma visão de área de parcelamento do solo à direita da rodovia LMG-760 à oeste do parque, no distrito de Cava Grande, onde foi discutida a questão da pressão da expansão urbana nos limites do PERD.

A última visita foi à Ponte Queimada, na parte leste do parque, onde foram discutidas as questões relacionadas ao uso da estrada da ponte queimada e possíveis impactos decorrentes após a reforma da estrutura. Destacou-se a importância do monitoramento da estrada, viabilizando seu uso pelas comunidades de forma segura.

Durante essa etapa, participantes puderam validar os principais desafios identificados no Diálogo de Escopo, realizado em agosto de 2022, ainda antes da revisão do Plano de Manejo da Unidade de Conservação:

1. Expansão Urbana sem Planejamento.

2. Falta de monitoramento frequente da dinâmica do uso do solo.

3. PERD pouco conhecido e desvalorizado.

4. Participação social no PERD.

5. Melhor definir tipos de uso (e controles de uso) permitidos para a ponte queimada / estrada no interior do PERD.

 

Registro do LUD PERD. Crédito: Arquivo Diálogo Florestal.

O grupo elaborou, ainda, uma visão de paisagem compartilhada e próspera para o entorno do PERD daqui a 10 anos, bem como soluções e estratégias para alcançá-la.

Paisagem próspera integrando a conservação da biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em terras públicas e privadas com diferentes usos do solo compatíveis com o desenvolvimento socioeconômico em harmonia com a cultura local, envolvimento das populações do entorno, governos, sociedade civil, academia gerando benefícios para todos os seres vivos.

 
Sobre o Diálogo de Uso do Solo

O Diálogo do Uso do Solo é uma plataforma de participação de múltiplas partes interessadas, com o propósito de reunir conhecimento e liderar processos que influenciam negócios responsáveis, melhorem a governança de territórios e promovam o desenvolvimento inclusivo em paisagens relevantes.

O Diálogo do Uso do Solo já contou com várias edições ao redor do mundo, como em Gana, Uganda, República Democrática do Congo e Tanzânia. No Brasil, foi realizado em 2016 e 2017 na região do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina; em 2019, foi iniciado na Amazônia, na cidade de Belém com foco no Centro de Endemismo Belém (CEB), em 2020 na Bahia e em 2021 em São Paulo. Em 2022 foi a vez de iniciar o trabalho em Minas Gerais e no Espírito Santo e, em 2023 a iniciativa teve início no Rio Grande do Sul.

Autoria: Cândida Schaedler | Revisão: Carolina Oliva Brasil e Fernanda Rodrigues | Foto de capa: Arquivo Diálogo Florestal